O nome do município é uma referência ao rio que corta a região, que pode ter origem na língua puri. A colonização de origem europeia começou no século XVIII, com o extrativismo de plantas medicinais e madeiras-de-lei.
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Muriaé é um dos municípios mais antigos de Minas Gerais, com uma história que remonta ao século XVIII, quando a região era habitada pelos índios puris, que viviam às margens do rio que leva o mesmo nome da cidade. O nome do rio, por sua vez, não é de origem tupi, mas pode ter origem na língua puri, que era falada pelos nativos.
A colonização de origem europeia começou pelo comércio de brancos com os indígenas, que trocavam produtos como ervas e raízes medicinais, especialmente a ipecacoanha, conhecida como poaia, que era usada para tratar doenças respiratórias. Os primeiros desbravadores também buscavam madeiras-de-lei, como o jacarandá e o pau-brasil.
Em 1817, Constantino José Pinto, com outros 40 homens, desceu pelo Rio Pomba e atingiu o Rio Muriaé, onde construiu seu abarracamento junto a uma cachoeira, no local onde hoje é conhecido como Largo do Rosário. Ali foi fundado o aldeamento dos índios, com demarcação das terras destinadas ao plantio para o sustento dos que moravam no local. Nascia “São Paulo do Manoel Burgo”.
Em 1819, o francês Guido Tomás Marlière chegou e ergueu a Capela do Rosário, dando início ao povoamento da região. O povoado cresceu rapidamente, a princípio, com uma só rua ao longo do rio – dando origem ao “Porto”, à “Barra” e à “Armação”, em razão do rio que margeavam – e, depois, disseminando o seu casario em todas as direções.
Em 7 de abril de 1841 foi criado o distrito com o nome de São Paulo do Muriahé, pertencendo a São João Batista do Presídio (atual município de Visconde do Rio Branco) e subordinado eclesiasticamente a Santa Rita do Glória (atual município de Miradouro). Em 16 de maio de 1855, pela “Lei nº. 724”, com o nome de São Paulo do Muriahé o distrito foi elevado à categoria de vila, desmembrando-se de São João Batista do Presídio. A vila de São Paulo do Muriahé seria elevada à condição de cidade apenas em de 25 de novembro de 1865, pela “Lei nº. 1257”. A denominação Muriaé só viria com a “Lei nº. 843”, de 7 de setembro de 1923.
Nas últimas décadas do século XIX, Muriaé já era grande produtor de café, condição que manteve até meados do século XX. A monocultura cafeeira foi a primeira grande responsável pelo desenvolvimento econômico do município. O progresso da nova localidade foi constante, principalmente a partir de 1886, data da inauguração da Estação da Estrada de Ferro Leopoldina que ligaria, diariamente, Muriaé à Capital da República (Rio de Janeiro).
Hoje, Muriaé é um dos principais polos de moda íntima do país e tem uma população estimada em 2022 de 103.649 habitantes. O município tem uma cultura diversificada, uma gastronomia típica mineira e atrações turísticas como a Serra do Brigadeiro, o Parque Estadual da Serra do Brigadeiro e o Museu Municipal de História Natural.