Bispo presta homenagens ao pontífice, morto na madrugada de segunda-feira
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Na manhã desta segunda-feira (21), o bispo da Diocese de Leopoldina, Dom Edson Oriolo, foi entrevistado no programa Manhã da Muriaé em um momento de reflexão e homenagem ao Papa Francisco, falecido na madrugada de segunda.

Com emoção e profundo respeito, Dom Edson compartilhou com os ouvintes sua experiência pessoal com o pontífice e destacou o legado espiritual deixado por ele à Igreja e ao mundo.

“É um momento de dor na nossa Igreja”, iniciou o bispo, que se referiu ao Papa como o “Papa do Evangelho”, ressaltando a simplicidade, a humildade e a proximidade que marcaram seu pontificado. “Ele quis apenas vivenciar o Evangelho e mostrar sua prática a todos nós.”

Dom Edson relatou os três encontros que teve com o Papa Francisco: o primeiro, logo após sua nomeação episcopal em 2015, quando participou de um encontro com bispos recém-nomeados; o segundo, em uma passagem pela Terra Santa; e o terceiro, durante a visita ad limina, em que teve a oportunidade de conversar pessoalmente com o Papa. Em todas as ocasiões, destacou a orientação clara do pontífice: ser um “bispo missionário”.

“O Papa Francisco sempre reforçou que a Igreja precisa estar em saída. Não é esperar as pessoas irem até ela, mas levar a Igreja até o povo”, explicou Dom Edson, citando como base o documento Evangelii Gaudium, considerada a plataforma evangelizadora de seu pontificado.

Durante a conversa, o bispo também refletiu sobre a identidade latino-americana do Papa. Primeiro pontífice não europeu em séculos, Francisco trouxe à Igreja uma nova sensibilidade. “Ele carregava a teologia do povo, um olhar muito próximo da realidade do nosso continente. Um europeu não teria a mesma relação devocional, por exemplo, com Nossa Senhora Aparecida, como vimos aqui no Brasil durante a Jornada Mundial da Juventude em 2013”, destacou.

Entre os ensinamentos deixados por Francisco, Dom Edson destacou quatro máximas que norteavam sua visão pastoral: “o tempo é superior ao espaço”, “a unidade prevalece sobre o conflito”, “a realidade é mais importante do que a ideia” e “o todo é maior que a parte”. “Essas ideias, para ele, precisam ser compreendidas como processos, e não como mudanças rápidas. O Espírito Santo guia a Igreja no tempo de Deus”, comentou.

O bispo também comentou a última aparição pública do Papa, durante a Missa de Páscoa. “Foi um gesto simbólico, um encerramento tocante. Começou pedindo a bênção do povo e se despediu abençoando todos nós.”

Ao final da entrevista, Dom Edson ainda falou sobre o processo que se inicia com o conclave. “É sempre guiado pelo Espírito Santo. O nome do novo Papa sempre surpreende. Os favoritos nunca são escolhidos. É a vontade de Deus que se manifesta.”

Por fim, deixou uma mensagem aos fiéis: “Temos agora um intercessor junto de Deus. O Papa Francisco foi um apaixonado pelo Evangelho. Que nós possamos viver esse legado, crescer na fé e continuar nossa missão cristã com coragem e alegria.”

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