Reunião do Conselho Deliberativo efetivou a saída do dirigente. Atual vice-presidente, Cândido Monteiro de Castro assume o cargo
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O Conselho Deliberativo do Nacional Atlético Clube se reuniu na noite desta segunda-feira e decidiu pelo afastamento do presidente Alexandre Feres. O termo presente no estatuto do clube é “eliminação”, portanto, além de deixar a presidência, Feres foi expulso do quadro de sócios.
A decisão foi tomada de forma unânime e com efeitos imediatos. Assim, Alexandre Feres não é mais o presidente do NAC e em seu lugar assume o vice-presidente Dr. Cândido José Monteiro de Castro Neto, que é advogado e milita no clube há vários anos.
A votação aconteceu nesta segunda-feira, mas o processo que levou ao afastamento já vem ocorrendo há mais tempo: a reportagem da Rádio Muriaé teve acesso a um documento, datado do dia 13 de dezembro de 2024, em que um grupo de conselheiros do Nacional pedia a instauração de um processo disciplinar e a nomeação de uma comissão de sindicância para apurar condutas do então presidente.
As acusações
Nesse documento, são listadas diversas ofensas que teriam sido proferidas por Alexandre Feres, em um grupo de WhatsApp, contra vários membros do Conselho Deliberativo. Pessoas alheias ao clube, como um representante da Federação Mineira de Futebol e uma pessoa ocupante de cargo público em Muriaé também teriam sido ofendidos. Além disso, o então presidente teria caluniado e difamado um membro da diretoria, imputando-lhe acusações de supostas condutas que prejudicariam o clube financeiramente.
Contudo, a acusação mais grave citada foi uma ameaça de morte direcionada a este mesmo integrante da diretoria, que estava no grupo do aplicativo de mensagens. Segundo consta no documento, o fato ocorreu no dia 29 de novembro de 2024 e teria o seguinte teor: “(nome suprimido pela reportagem) … seu final de carreira acabou. Veja na rua como você é. Vai morrer. Aqui aí morrer (SIC)”.
Também foi apontada uma irregularidade com a inadimplência no pagamento das mensalidades como sócio do clube, que estariam atrasadas desde janeiro de 2021.
De acordo com a alegação do grupo de conselheiros que pediu a instauração de processo disciplinar, as condutas de Alexandre Feres constituiriam infrações graves, de acordo com o estatuto do clube:
– Atentar contra a ordem, o decoro, a moral ou a disciplina social;
– Promover discórdia entre o corpo associativo;
– Ofender, agredir ou tentar agredir associados, visitantes, autoridades ou quaisquer pessoas nas dependências sociais, ou fora delas, por motivos relacionados com o clube ou atividades nele desenvolvidas;
– Desrespeitar diretores ou membros dos órgãos do clube, no exercício de suas funções ou por motivo a elas relacionadas;
– Praticar ato condenável ou ter comportamento inconveniente nas dependências do clube;
– Atingir, por ato público ou manifestação escrita ou verbal, a reputação, integridade, o prestígio, ou o conceito moral e o bom nome do clube, de seus órgãos ou membros destes órgãos;
– Deixar de pagar, por três meses consecutivos, contribuição, mensalidade, taxas ou qualquer débito assumido para com o clube.
Arbitral do Módulo II
Agora sem Alexandre Feres no comando, a nova direção do Nacional precisa tomar uma decisão importante já na próxima semana: o clube vai participar do Conselho Técnico do Campeonato Mineiro do Módulo II? A reunião está marcada para o dia 28 de janeiro, na sede da FMF, em Belo Horizonte.
Caso o clube desista de participar da competição antes do Conselho Técnico, precisa comunicar à Federação, que pode convocar outro clube para participar. Sendo assim, o Nacional seria rebaixado à Segunda Divisão (equivalente à terceira divisão estadual). Caso o clube participe do Conselho Técnico e desista de participar depois disso, além do rebaixamento, teria que arcar com uma multa de, até, R$ 200 mil.
De acordo com o calendário de competições divulgado pela Federação Mineira, o Módulo II está previsto para começar no dia 5 de abril.
Alexandre Feres nega as acusações e informou que irá entrar com uma liminar contra a decisão do clube.