O depoimento foi feito através de uma vídeo conferência, aconteceu em uma sala na Câmara municipal e durou cerca de 40 minutos
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O vereador afastado, Carlos Delfim (PDT) prestou depoimento através de uma vídeo conferência aos parlamentares que fazem parte da comissão processante da Câmara Municipal.
O depoimento foi de portas fechadas e a imprensa não teve acesso. Essa foi a primeira vez que Delfim apresentou suas versões dos fatos.
Em entrevista à Rádio Muriaé nesta terça-feira, o presidente da Comissão Processante, vereador Anderson da Caixa (PSD) disse que Delfim respondeu todos os questionamentos feitos a ele. O depoimento durou cerca de 40 minutos.
Após o depoimento, a comissão se reunirá e apresentará um relatório à presidência da Câmara que em seguida, apreciará o documento junto aos demais vereadores, depois decidirão se o mandato do vereador será cassado ou não. Para que a cassação ocorra, são necessários, pelo menos, 2/3 dos votos a favor. Enquanto o processo tramita, Carlos Delfim segue recebendo mensalmente o salário de vereador que atualmente, gira em torno de R$ 10 mil.
A Rádio Muriaé ouviu também o advogado de defesa de Carlos Delfim, Marcos Paladini. Ele analisou o depoimento como positivo e espera que todo o processo ocorra de forma regular em que haja a ampla defesa e o contraditório.
Sem citar nomes, o advogado disse que outros quatro vereadores também respondem na justiça e não tiveram o mesmo peso nas acusações que seu cliente. O advogado informou também que vê com estranheza as acusações feitas a Delfim e acredita na sua absolvição.
Carlos Delfim não compareceu pessoalmente para depor por está preso em regime domiciliar em sua residência, no distrito de Bom Jesus da Cachoeira. A defesa informou também que devido à comorbidades como problemas cardíacos, ele não teria condições de comparecer pessoalmente.
Procurada, a Câmara Municipal, através de sua assessoria de imprensa, informou que não irá se posicionar por se tratar de questões específicas referentes aos vereadores envolvidos.
Relembre o caso
De acordo com as investigações, Delfim exigiu, diretamente, no exercício do cargo, vantagens indevidas à então assessora da Diretoria Legislativa da Câmara de Vereadores, entre fevereiro de 2014 a janeiro de 2016.
De acordo com o MPMG, durante as investigações, foi apurado que a ex-assessora foi coagida a repassar mensalmente mais da metade dos seus vencimentos ao parlamentar, que a obrigou a contrair um empréstimo de R$ 8 mil, parcelados em 36 meses.
Ainda conforme o órgão, a ex-assessora relatou que foi obrigada a repassar R$ 5 mil ao vereador. Um áudio obtido durante as investigações apontou, também, que o vereador teria exigido, ainda que indiretamente, determinado valor em dinheiro, e a coagiu ao repasse mensal a ele.
O que o MP pede:
. perda dos valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;
. perda da função pública;
. suspensão dos direitos políticos por 14 anos;
. pagamento de multa civil;
. proibição de contratar com o poder público;
. pagamento de reparação pelo dano moral coletivo no valor de R$500 mil.