O clube emitiu uma nota oficial
Cumprimento de mandado da Operação Penalidade Máxima, em Goiânia (Foto: MP de Goiânia)

Matéria atualizada às 09h25. 

A equipe do Tombense está vendo seu nome sendo divulgado de forma negativa, após a divulgação do esquema de manipulação de resultados na série B do Campeonato Brasileiro. A operação “Penalidade Máxima” foi deflagrada nesta terça-feira (14), e o clube da Zona da Mata, tem um atleta envolvido.

Fernando Cesconetto, representante do Ministério Público de Goiás (MP-GO), explicou que a operação teve início após uma denúncia feita pelo Vila Nova, um dos clubes que teriam sido vítimas do esquema, em novembro do ano passado.

Segundo o promotor, a manipulação do grupo consistia na cooptação de atletas para o cometimento de pênaltis, sempre no primeiro tempo, em três partidas diferentes. Como a aposta era combinada, só teria êxito caso acontecesse nos três jogos.
O grupo pagava R$ 150 mil aos jogadores envolvidos. Desse valor, R$ 10 mil era enviado antecipadamente, e o restante após o sucesso da aposta.

Os três duelos em questão da Série B foram: Vila Nova x Sport, Criciúma x Tombense e Sampaio Correa x Londrina. Cesconetto relatou que a aposta foi frustrada porque o pênalti não aconteceu no confronto da equipe goiana — diferentemente dos outros dois jogos.
O prejuízo estimado pela falha na aposta foi de R$ 2 milhões. Como o jogador do Vila Nova recebeu o adiantamento, mas não cometeu o pênalti, ele passou a ser cobrado para ressarcir o valor.

Jogadores suspeitos

O ex-jogador do Vila Nova, que não conseguiu cometer o pênalti, é Romário, meia de 20 anos, que atualmente está no Goiânia. Ele teria envolvido outro atleta indiretamente: Gabriel Domingos, que teria emprestado a conta para Romário receber os R$ 10 mil.
Outros dois suspeitos, de acordo com o jornal O Popular, de Goiás, são Mateuzinho, que estava no Sampaio e agora joga pelo Cuiabá; e Joseph, do Tombense. Todos cometeram pênaltis na última rodada da Série B.

A operação se iniciou somente porque o Vila Nova, vítima desse sistema, trouxe a notícia da suspeita de manipulação em três jogos da Série B do ano passado. A manipulação consistia especificamente no cometimento de pênaltis, sempre no primeiro tempo dos jogos, de forma a garantir um elevado ganho financeiro para os apostadores e também para atletas, direta ou indiretamente envolvidos. Acontece que para a aposta dar certo, era necessário que nas três partidas ocorressem os pênaltis. Em dois jogos ocorreram e, no jogo específico do Vila Nova, o pênalti não foi cometido.

Segundo o MPGO, o material apreendido contém indícios de que os crimes continuaram e se estenderam para partidas de campeonatos estaduais em 2023. Um print de conversa de WhatsApp aponta que novas combinações de manipulação, como número de escanteios e cartões vermelhos, também podem ter sido realizadas. Clubes e a CBF, assim como sites de aposta, são considerados vítimas do esquema criminoso. A investigação está centrada em pessoas físicas suspeitas, incluindo apostadores e jogadores de futebol.

As condutas praticadas pelo grupo, a princípio, abrangem os crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e dois delitos previstos no Estatuto do Torcedor sobre corrupção em jogos de futebol. São as condutas dos artigos 41-C e 41-D.

Desde do ano passado, equipe de Tombos realiza os jogos em Muriaé, no estádio Soares de Azevedo.

Em nota, o Tombense Futebol Clube afirmou que:

“O Tombense Futebol Clube informa que recebeu com surpresa e indignação a notícia de que um de seus atletas poderia estar envolvido em esquema de manipulação de resultados de jogos da Série B do Campeonato Brasileiro.

Imediatamente após confirmar a existência da investigação policial, o Tombense afastou o atleta de todas as suas atividades regulares e se colocou à disposição das autoridades para auxiliar com o que for necessário.

O Clube destaca a sua total repugnância a este tipo de conduta, com a qual jamais compactuará, e espera que todos os envolvidos sejam punidos com o rigor da lei.”

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