- Saúde
- |
WhatsApp
Facebook

Em entrevista ao Momento Saúde, a cardiologista Anelise Cocate falou sobre um tema essencial: o risco cirúrgico na saúde cardiovascular. A avaliação, que deve ser feita antes de qualquer cirurgia, é fundamental para garantir a segurança do paciente durante e após o procedimento.
De acordo com a especialista, o risco cirúrgico cardiovascular consiste em uma análise minuciosa do estado de saúde do paciente. Essa etapa envolve a coleta do histórico médico e familiar, uso de medicamentos e exames como eletrocardiograma e laboratoriais. A partir desses dados, é possível utilizar marcas de risco para calcular a probabilidade de complicações. Isso permite que a cirurgia seja feita no momento mais adequado e da forma mais segura possível.
Entre os fatores que mais elevam o risco de complicações estão condições como hipertensão, diabetes, arritmias, insuficiência cardíaca e histórico de infarto ou AVC. Por isso, controlar essas doenças antes da cirurgia é essencial. O tabagismo também é um agravante importante, especialmente porque aumenta o risco de má cicatrização e infecções no pós-operatório.
A Dra Anelise Cocate reforça que cada caso precisa ser avaliado individualmente, levando em consideração tanto o tipo da cirurgia quanto o estado clínico do paciente. Procedimentos estéticos, por exemplo, costumam ser de baixo risco, mas quando combinados em excesso – como cirurgias de mama, abdômen e face em um único ato – podem prolongar o tempo de anestesia e aumentar as chances de complicações cardiovasculares.
A médica compartilhou um caso em que a avaliação de risco cirúrgico acabou salvando a vida de uma paciente que seria submetida a uma cirurgia ortopédica. Durante os exames, foi detectada uma alteração sugestiva de infarto antigo. O caso evoluiu para a descoberta de três artérias coronárias entupidas. A paciente, que não apresentava sintomas claros, teve de ser submetida a uma cirurgia cardíaca antes de qualquer outro procedimento.
“Se eu liberasse esse risco, ela ia morrer na mesa de cirurgia”, relatou a cardiologista.
Além da avaliação médica, a doutora Anelise destaca o papel ativo que o próprio paciente precisa ter no cuidado com a saúde. Manter uma alimentação leve nos dias anteriores à cirurgia, não interromper o uso de medicamentos de forma indevida e, sempre que possível, parar de fumar ao menos duas semanas antes do procedimento, são medidas simples que podem fazer grande diferença.
“Considerar o risco cirúrgico já como planejamento da sua cirurgia”, recomendou Anelise Cocate, que atende no Centro Médico e no Hospital São Paulo, em Muriaé.
Para mais informações e dicas de saúde, a doutora pode ser acompanhada no Instagram pelo perfil @draanelisecocatealmeida