Saiba mais sobre os tipos de hepatite, os sintomas, as formas de transmissão, a prevenção e o tratamento.
Imagem: Fábio Nunes Teixeira/PMG

As hepatites virais são um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 1,7 milhão de pessoas morrem por ano em decorrência dessas doenças, que são causadas por diferentes tipos de vírus que afetam o fígado.

Julho Amarelo

O mês de julho foi escolhido como o mês de prevenção e conscientização sobre as hepatites virais, em alusão ao Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, celebrado em 28 de julho. A data foi instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2010, em homenagem ao aniversário do médico Baruch Samuel Blumberg, que descobriu o vírus da hepatite B e desenvolveu a primeira vacina contra a doença.

O objetivo do Julho Amarelo é alertar a população sobre os riscos das hepatites virais, incentivar o diagnóstico precoce por meio dos testes rápidos e ampliar o acesso ao tratamento. A cor amarela faz referência à icterícia, um dos sintomas mais comuns das hepatites virais.

Existem cinco tipos principais de hepatites virais: A, B, C, D e E. Cada um deles tem características próprias, como o modo de transmissão, os sintomas e o tratamento. No Brasil, os tipos mais comuns são as hepatites A, B e C.

Hepatite A

A hepatite A é transmitida pela ingestão de água ou alimentos contaminados por fezes de pessoas infectadas. Também pode ocorrer por contato direto com pessoas doentes ou objetos contaminados.

Os sintomas da hepatite A podem incluir febre, mal-estar, dor abdominal, náuseas, vômitos, icterícia (pele e olhos amarelados), urina escura e fezes claras. Na maioria dos casos, a doença é benigna e se resolve espontaneamente em algumas semanas. Porém, em alguns casos pode evoluir para formas graves que exigem internação hospitalar.

A prevenção da hepatite A se baseia em medidas de higiene pessoal e ambiental, como lavar bem as mãos, os alimentos e a água antes do consumo. Além disso, existe uma vacina eficaz contra a doença, que é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças entre 15 meses e 5 anos incompletos.

Hepatite B

A hepatite B é transmitida pelo contato com sangue ou fluidos corporais de pessoas infectadas. As principais formas de transmissão são: relação sexual desprotegida, compartilhamento de objetos perfurocortantes (como agulhas, seringas, lâminas de barbear), uso de materiais não esterilizados em procedimentos médicos ou estéticos (como tatuagens, piercings), transfusão de sangue contaminado e da mãe para o filho durante a gestação, o parto ou a amamentação.

Os sintomas da hepatite B podem ser semelhantes aos da hepatite A, mas também podem não se manifestar em muitos casos. Isso faz com que a doença possa evoluir por décadas sem o diagnóstico adequado. O agravamento da hepatite B pode causar fibrose avançada ou cirrose hepática, que podem levar ao desenvolvimento de câncer ou à necessidade de transplante do órgão.

A prevenção da hepatite B se baseia no uso de preservativos nas relações sexuais, na não utilização de objetos perfurocortantes compartilhados ou não esterilizados e na vacinação. A vacina contra a hepatite B é altamente eficaz e está disponível para todas as pessoas no SUS desde 2015. O esquema vacinal varia conforme a idade e a situação clínica da pessoa.

O tratamento da hepatite B depende do estágio da doença e da resposta imunológica do paciente. Não há cura definitiva para a infecção pelo vírus da hepatite B, mas existem medicamentos antivirais que podem controlar a replicação viral e reduzir o risco de complicações. O tratamento é oferecido pelo SUS mediante avaliação médica.

Hepatite C

A hepatite C é transmitida pelas mesmas vias da hepatite B, sendo mais frequente a transmissão por meio do compartilhamento de objetos perfurocortantes ou pela transfusão de sangue contaminado antes dos anos 90 (quando não havia testes para detectar o vírus).

Os sintomas da hepatite C também podem ser semelhantes aos das outras hepatites virais ou podem não se manifestar. Estima-se que mais de 400 mil pessoas no Brasil convivam com a hepatite C e ainda não saibam. A doença pode evoluir silenciosamente por décadas e causar danos irreversíveis ao fígado, como fibrose, cirrose e câncer.

A prevenção da hepatite C se baseia nas mesmas medidas da hepatite B, com a diferença de que não existe vacina contra a doença. Por isso, é importante realizar o teste rápido para detectar a infecção, que é oferecido gratuitamente pelo SUS.

O tratamento da hepatite C é realizado com medicamentos antivirais modernos, seguros e eficazes, que levam à cura da infecção em mais de 90% dos casos. O tratamento dura de 8 a 24 semanas, dependendo do genótipo do vírus e do estágio da doença. O tratamento também é oferecido pelo SUS mediante avaliação médica.

Para saber mais sobre as hepatites virais, acesse os sites:

Ministério da Saúde

Fundação Oswaldo Cruz

Vacinas.com.br

 

 

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